sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Origem da Família Barata






O estudo onomástico/antroponímico, indica-nos que o apelido " BARATA", teve inicialmente origem na profissão de comerciante, ou negociador. Era também o termo utilizado para um antigo título de dívida, contrato, permuta. Em Itália, "baratta", do verbo "barattare", significa cambiar, comprar e revender.
O brasão da família Barata é composto por três mãos, designando estas o poder da liderança “ Manu Forti”, associado às casas militares (que nada têm a ver com a palavra barata), pelo que este brasão não é falante. Contudo, analizando este brasão na língua caldaica, considera-se falante, já que em caldaico "baragte" significa «na palma da mão». Aquele que lidera, que tudo tem na mão; Esta é a teoria mais rebuscada, do nome desta família que se radicou em Portugal na zona da Beira Baixa em meados do sec. XII.
ARMAS: O seu fundo negro, acautela tendência/influências aos templários, três mãos direitas de ouro, espalmadas; Timbre: uma mão de escudo.
Os estudos genealogistas apontam para que esta família provém de França, onde aquele apelido é muito antigo, pertencente aos "Barat" do sec. X, que mais tarde se fundiram por casamento, originando uma outra família os Baratte de Canteloup; ostentando esta família um brasão de Guerra. São por mais evidentes as semelhanças que se verificam entre as armas dos Baratas portugueses e dos actuais Baratte de França, o que reforça esta verosimilhança.
A versão "aragonesa" - conforme uma Memória conservada por José de Mello, de Arganil, afirma que os Baratas Portugueses seriam oriundos do Reino de Aragão, esta idea, nada contradiz a anterior já que no reino de Aragão (reino ibérico), existia junto à fronteira com França, nos Pirinéus, uma família Barata de origem francesa proveniente dos baratte, que em missão guardava terras da fronteira, tendo-lhes sido concedidas para o efeito, por o rei Luís VIII de França. Esta familia teve grande influência para lá da fronteira francesa, dai este pensamento. Na mesma época no séc. XII em França, documentou-se, que Poncius Barate, nascido em Montpelier, Pierre Baratte Nomenque em 1279, no testamento do barão de Rozet, foi testemunha um Barão Baratte. Em Itália, o apelido difundiu-se por todo o norte sob a forma Baratta como está documentado em Génova em 1150.
Quanto à antiguidade dos Barata em Portugal, documentou-se, nas inquirições do Rei Afonso III, de 1236, o luso francês Pedro Barata, parente ascendente da pessoa (portuguesa), mais antiga que se conhece dos Baratas (como geração continuada). Estêvão Barata, proprietário do Casal de Folgos de Cima, na comarca de Viseu, junto a uma vinha de D. Elvira Varela ( notavel da zona na epoca).
Entretanto, a genealogia desta família, traçada com segurança e bem documentada, tanto em Portugal como no Brasil, procede de Leonor Esteves Barata, oriunda da Sertã, tambén na Beira Baixa, e instituidora de uma Capela para seus descendentes, que se estima ter nascido por volta de 1465. Deixou numerosa descendência do seu casamento com Álvaro Afonso Lameira (Manso Lima, Tít. Barata).

No Brasil, particularmente na Baía, registam-se três ramos: os Barata de Almeida, os Amado Coutinho Barata (procedentes de Manuel Coelho Amado Coutinho Barata), casado, com Joaquina de Sant’ana do Sacramento, e os Gonçalves Barata, que procedem de Júlio César de Vasconcelos Barata, casado, com Ana Joaquina Gonçalves.

Em Mato Grosso, registra-se a família do capitão Paulo Luis Barata Tomar, que deixou numerosa descendência do seu casamento, com Maria Francisca da Conceição.

Em Pernambuco, procede de Manuel Nascimento Barata, casado com Filipa Josefa de Jesus. Desta união descendem os Hilarião Barata, do Recife, que passaram ao Rio de Janeiro, por volta de 1810. Ainda, em Pernambuco, regista-se também José Carlos Barata Sobreira, natural do Recife, familiar do Santo Ofício.

No Rio de Janeiro, entre outros, registam-se pelos menos quatro ramos: os Henriques Barata, procedentes de João Henriques Barata, casado no Brasil, com Rosa Maria de Valadares, estabelecidos em Tinguá, os Fernandes Barata, procedentes de Manuel Fernandes Barata, que passou ao Rio de Janeiro, antes de 1773, casado com Maria Ignácia do Nascimento, os descendentes de Sebastião José Barata, que passou ao Rio de Janeiro, onde casou, em 1791, com sua prima Ana Maria de Jesuse os Hilarião Barata, vindos de Pernambuco, que descendem de Felix José Hilarião Barata, casado em 1815, no Rio de Janeiro, com Bonifácia Rosa de Jesus (Macedo).

No Rio Grande do Sul, o ramo Sarmento Barata, procedente de Sebastião Teixeira de Sá Sarmento, natural de Portugal, deixou numerosa descendência do seu casamento, com Júlia Mafalda Costa Barata. (Segundo a tradição corrente, este ramo é aparentado com o Marques de Pombal).

Em Portugal, receberam Brasão de Armas vários elementos desta família: João Barata da Guerra Costa da Cunha (19.11.1782), João Macedo Pereira Coutinho Barata da Guerra (16.6.1784), Manuel José da Fonseca Barata (18.2.1787), Manuel Dias Barata de Carvalho (21.06.1802) e Francisco José Rodrigues Barata Freire.

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