"Não sou eu nem o outro, Sou qualquer coisa de intermédio, Pilar da ponte de tédio Que vai de mim, para além do local mais longínquo", onde me mantenho consciente do passado, deste apêndice virtual, quero relatar o presente com o futuro no horizonte" Este espaço não é mais do aquilo, observo e doutra forma não poderia registrar! (...), assim sendo é algo de alternativo, um tentáculo...k qualquer um pode recriar.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
As características físico-químicas e biológicas de um solo influenciam grandemente a qualidade final dos produtos alimentares provenientes da agricultura, pois as culturas agrícolas só poderão produzir em quantidade e qualidade se, além de condições climatéricas favoráveis, tiverem à sua disposição durante o período de crescimento, os vários nutrientes e fauna edáfica (minhocas, insectos,...) nas proporções adequadas, o que implica, em muitos casos, o recurso a fertilizantes químicos para aumentar a fertilidade do solo.
A lentidão de formação de húmus natural para restabelecer a fertilidade de um solo, o elevado custo dos fertilizantes químicos e a contaminação consequente das águas e solo, têm conduzido à procura de outros fertilizantes produzidos biologicamente. Uma das opções de melhoria da qualidade do solo passa pela aplicação, na terra, ou directamente junto às plantas, do húmus produzido pelas minhocas ou vermi-composto.
A minhoca ingere terra e matéria orgânica equivalente ao seu próprio peso e digere e expele cerca de 60% do que comeu sob a forma de excrementos (húmus), em muito menos tempo que a natureza. A minhoca recicla assim restos de comida e outra matéria orgânica, produzindo um adubo orgânico muito rico em flora bacteriana (cerca de 2000 milhares de bactérias vivas e activas, por cada grama de húmus produzido) e devolvendo à terra cinco vezes e meia mais azoto, duas vezes mais cálcio, duas vezes e meia mais magnésio, sete vezes mais fósforo e onze vezes mais potássio do que contém o solo do qual se alimenta.
A importância das minhocas para a fertilização e recuperação dos solos já era reconhecida pelo filósofo Aristóteles, que definia estes seres como "arados da terra", graças à sua capacidade de escavar os terrenos mais duros. Os antigos egípcios atribuíam poderes divinos às minhocas, protegendo-as por lei. A grande fertilidade do solo do vale do Nilo deve-se não só à matéria orgânica depositada pelas enchentes do rio Nilo, como também à sua humificação pelas minhocas que ali proliferam em enormes quantidades.
Animal extremamente útil para a agricultura e que passa quase todo o seu ciclo de vida debaixo da terra, a minhoca melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo: perfura-o, formando galerias subterrâneas e descompacta-o.
Algumas das vantagens da utilização do húmus de minhoca como adubo natural incluem:
• não agressivo para o ambiente e fonte de nutrientes para as plantas, especialmente
de azoto, fósforo, potássio, cálcio e magnésio.
• Controlo da toxicidade do solo, corrigindo excessos de alumínio, ferro e
manganês.
• Contribuição para um pH mais favorável ao desenvolvimento das plantas.
• Redução da lixiviação e volatilização dos nutrientes das plantas.
• Entrada de água e ar facilitada.
• Drenagem controlada, evitando encharcamentos.
• Alteração da estrutura do solo, suavizando efeitos de erosão, compactação,
Impermeabilização e desertificação.
• Promoção da agregação de solos arenosos.
• População microbiana fixadora de azoto abundante.
• Aumento da resistência das plantas a pragas e doenças.
• Absorção favorecida dos nutrientes pelas raízes das plantas.
• Aplicação possível em contacto directo com raízes, não queimando plantas novas.
A vermi-compostagem, isto é, a compostagem realizada quase exclusivamente por minhocas, surge como opção simples de reciclar os restos de resíduos alimentares (cascas, gomos,...) e de obter húmus com excelentes propriedades. Poupam-se recursos, preserva-se o ambiente, evita-se o uso desmesurado de fertilizantes sintéticos e aproveita-se para conhecer melhor este ser vivo.
Para além da produção de húmus, as minhocas podem também ser usadas como isco para a pesca e para produzir farinha, dado o seu elevado teor de proteínas (78%). Além disso, têm uso na medicina, pela sua grande capacidade de cicatrização e regeneração dos tecidos e também na farmacologia, no tratamento de bronquite, asma e hipertensão.
O comércio de minhocas como isco vivo tem sido o grande responsável pelo desenvolvimento da minhocultura (criação de minhocas) na maioria dos países criadores. Pode assim qualquer pessoa que tenha um quintal, adquirir a 5€ o kg. Uma equipe de minhocas e reciclar o seu próprio lixo orgânico, o produto poderá vende-lo. Experiências recentemente feitas em Portugal, (pioneiro neste estudo), concluem que as mesmas conseguem decompor (apesar de no médio prazo), o tetrapack, decompondo todo o papel e ficando apenas a película plástica, que é reciclável. Portanto um boa solução para as empresas que trabalham e reciclam através da compostagem, que é mais morosa que este processo.
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