sábado, 4 de junho de 2011

Iron Maiden - Final Frontier


De volta às lides após um breve mas longo interregno que não vai, concerteza, deixar recordações que se dignem de registo, voltei a sentir a necessidade de descarregar a carga negativa acumulada no últimos tempos.
Após três longos meses onde pude comprovar o porquê de a sociedade, sobretudo a portuguesa, porque é a minha, ser uma lamentável amostra de estupidez, chico-espertice e pedantismo barato (voltarei a dissecar este assunto), daí advindo o estado da nação, resolvi deambular por esse mundo abstracto e estapafúrdio que é a televisão. Impressionante! Nem tenho palavras... Ainda bem que tenho duzentos (!) e tal canais, sempre se há-de descobrir alguma coisa de interessante... Percorro-os a todos. Com espírito observador e crítico, como sempre deveria ser. Resultado? Mais tarde... Fiquei aborrecido, tonto, dormente. Mais tarde divagarei sobre o que observei. E nestes momentos de dormência, conjugados com o calor sufocante que alguns dejetos humanos todos os anos nos resolvem brindar, dançando lascivamente no crepitar das chamas e na morte de pessoas de valor, nada melhor que um gin tónico para apaziguar a fogueira que estala como um ranger de dentes. Ou dois. Ou três...
Mas eis que nem tudo é mau. Mas eis que sempre surgem coisas boas para nos elevar o espírito confuso. Após aceder a esse mundo virtual de poucas virtudes que é a internet, descobri que os meus fabulosos Iron Maiden lançaram, finalmente, o seu novo álbum, The Final Frontier. Maravilha! Como ainda não saiu em Portugal, resolvi navegar aleatóriamente pela rede e facilmente consegui descobrir um sítio onde pudesse descarregar o álbum. Devo esclarecer que este comportamente é algo que eu condeno veementemente. Por outro lado, a curiosidade acerca do álbum desta banda que amo, que é, como se dizia nos anos 80, mais que uma banda, uma religião, era muita. E assim fiz. E assim o ouvi. E assim, tão simples como isso, se dissiparam todos os meus azedumes. Porquê? Porque o álbum é fantástico, é puro Iron Maiden, é puro Heavy Metal, é puro prazer, é pura alienação dos sentidos, no bom "sentido". E é a materialização enigmática de tudo quanto eu amo e adoro neste género musical, incompreensível para tantos. Algo que não se consegue explicar. Algo que se sente e que é maior que nós, maior inclusive que os próprios artistas. É genuíno, verdadeiro, puro, catártico e original. Algo que provoca arrepios na espinha, arrepios de prazer. Qualquer medíocre daqueles que produzimos em série e que reinam porque nivelamos por baixo, consideraria este sentimento de puro prazer como loucura. Quem sabe? Mas que loucura! Poderoso alimento da alma que eles não entendem porque não a têm, pelo menos não a pura.
Por isso, antes de o cinismo e a crítica me voltarem a espicaçar e agora que as férias estão aí e devem ser aproveitadas porque a vida se esvai aos poucos, vou beber um gin tónico bem gelado e ouvir pela vigésima vez o "The final Frontier". E perder-me... Amanhã irei a correr comprar o original. Quando adormecer, o mundo será bem melhor. Amanhã... Amanhã logo se verá...