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A desfaçatez da "Standard & Poors"
A Standard & Poors, conhecida agência de classificação de riscos financeiros, acaba de conferir a Portugal uma nota menos positiva, aliás tal como a outros países, influenciando com tal atitude o custo dos empréstimos do nosso país.
Pode porém perguntar-se qual a autoridade - técnica e moral - que ainda tem uma agência que em fins de 2007, quando já se pressentia uma crise no sistema financeiro dos EUA, ainda dava classificações positivas ao banco cuja falência viria a desencadear o ruir de tal sistema - o Banco Lehman Brothers.
Esta agência tinha especiais responsabilidades na avaliação global do funcionamento do sistema financeiro, e não apenas olhando para cada árvore (bancos e outras instituições e empresas) em vez de procurar abarcar a compreensão da floresta.
Outras instituições, e a grande maioria da nata dos economistas, também terão idêntico ou superior grau de responsabilidade, de nada servindo assim a lucidez de Robert J.Shiller (e, talvez de modo não tão brilhante embora original, de Nouriel Roubini) ao denunciarem de modo fundamentado e com antecedência o que viria a ocorrer.
Esperemos ao menos que haja alguns rasgos de lucidez por parte dos novos responsáveis políticos dos EUA, onde nasceu a presente depressão, e dos restantes governantes mundiais, que permitam que uma recuperação antes dos muitos anos que infelizmente talvez esta crise dure.