quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O GRITO DIGITAL



Um dos primeiros gadgets técnologicos, começou por ser o vinil audio (embora hoje seja prestória), este formato apesar de estar em moda, é muito limitado, já que temos que que mudar o artefacto do lado A para o B e etc, sendo ainda muito fragil e volumoso.
Na verdade com o digital continuamos limitados! Acabo por concluir que os Cds e os Dvd´s, e ainda pior "a gravação digital", em pc ou outros; quando comparados à fita magnética continuam a ter algumas desvatagens! Porquê são pouco interactivos, e imensamente danificáveis, a vantagem inicial que tinham, já não nos chega (...)!?

Preservar imagens em fita tem-se provado ser mais eficaz há décadas. As bobines de cinema centenárias ainda cá andam. Mas não consigo fazer com que o Dvd que gravei a semana passada seja lido nos muitos leitores pela casa. O que acontece? Não caiu ao chão, não sofreu danos. Não tem riscos, não ficou exposto ao calor, ao pó nem há humidade. O que se passa então? Será que gravou mal de raiz? Então o que é que se passa com o gravador? Ou são todos os leitores, todos os três, que funcionam mal?

A minha saga com esta transferência da fita para o digital tem sido uma luta que estou a perder. Comecei há um ano e meio. Passados apenas quatro meses, já estava a tentar recuperar imagens digitais que subitamente ficaram inacessíveis à leitura. De lá para cá, não fiz outra coisa. Deixei de transferir as imagens das boas cassetes VHS para os dvds, porque recuperar as imagens já transferidas para os Dvds que não se deixam ler tornou-se mais frequente. E o tempo que consome!!

E tudo para quê? Que futuro tem este novo formato que nos impigem agora, ao serem lançados para o mercado tantos aparelhos que funcionam no modo digital? Já se aperceberam da variedade de estirpes digitais que andam por aí, cada uma a querer singrar no mercado mais que a outra? É um vírus! Bem plantado, pois como se perdem as informações armazenadas, há que comprar tudo novamente! De uma fita magnética entretanto mastigada, consigo facilmente recuperar os dados. Pode cair ao chão 30 vezes, estar armazenada por muito tempo, ficar entalada no vídeo ou partir-se, não tem problema: recupero as imagens fácil, fácil. Mas com o digital, o que se perde é para sempre.

Mas não é só o suporte que conspira. São também os aparelhos. O gravador começou a dar sinais de avaria logo após ter sido adquirido. E até conseguir chegar a ele, passei por muito. Passei por uns quatro! Todos me obrigaram a regressar à loja, para pedir a devolução e trazer outro. Penso que o primeiro motivo foi uma má informação do empregado. Procurava um produto com uma certa função. Como as etiquetas de preço não dizem tudo e não deixam uma pessoa passar os olhos pelo manual de instruções, levei o aparelho para casa com base na palavra do empregado da loja. Após montar tudo, estava preparada para começar a trabalhar e… nada. Tive de regressar à loja. O segundo e o terceiro aparelho foram tentativas demoradas, só para os trazer da prateleira para a caixa registadora. Ora os modelos estão esgotados, ora a caixa apresenta sinais evidentes de ter sido mexida. E eis que após muito escolher, é na caixa ao pagar que vejo o tampo do aparelho aberto, e a evidenciar riscos, um dos quais bem grande. Aquele aparelho já tinha sido usado e provavelmente reparado.

Não posso esquecer também, todos os dados que tinha num disco rigido, que se perdeu para toda a vida, fotos, trabalhos vários inclusive um livro da minha autoria.

Mas não é só comigo que isto acontece. Vejo acontecer sempre com toda a gente. Também com televisores que amigos compraram, de ecrãn plano, para entrarem na modernidade, por exemplo. Um deles avariou após três semanas de uso. O outro, enorme, pesado, chegou a casa do dono e só depois de retirado da caixa é que se viu uma mossa, tão forte, que dobrava para dentro o plástico na largura do meu braço.

As lojas e os fabricantes sabem disto. E não querem saber. Os produtos são devolvidos e recolocados nas prateleiras, sem estarem a 100% em termos de qualidade e são vendidos iguais aos acabados de sair da fábrica. Teria quatro leitores de Dvd em casa, ou melhor, apenas dois, se o terceiro não tivesse avariado ainda dentro da garantia. Mas sem recibo, nada feito. E assim, dois meses de uso, foi o tempo de vida que um aparelho me facultou.

Estou à espera que apareça uma tecnologia, em que possamos acumular toda a nossa informação imagem, audio e outras, numa pequena peça, que possa resistir a todas as provações inclusive o tempo... E ainda melhor integra-la num formato qualquer, que se pudesse integrar no nosso corpo!... seriamos assim tecnologicamente digitalizados...

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