


Ouço as águas revoltas crescendo para nós
Ouço o rufar das vagas que explodem de selvagens
O céu escuro aterrador pinta-nos de penumbra as faces
Os carneiros nas cristas das vagas espumam para o ar
Surgem promontórios de uma força ameaçadora
Que se colam ao céu e escondem o horizonte
Ora s afundam em cavas vertiginosas
O vento salgado e gélido ensopa-nos até à alma
Aproa do nosso vaso… ergue-se por fim e afocinha no azul para sempre
Conforto-me o pensamento de ser o mar a levar-me…
Fico feliz no caos oceânico que me abraça
E por fim em vã glória abandono-me ás profundezas
E agora fui cais que quis ser mar.
António Barata – 1984
Sem comentários:
Enviar um comentário