quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Portugal a Envelhecer...


A população portuguesa está a envelhecer, sem renovação suficiente em termos de nascimentos. Segundo os estudos, em cada seis portugueses um tem 65 ou mais anos, a medicina as instituição em Portugal resiste ainda ao desenvolvi mento da geriatria como especialidade, cabendo à medicina geral cuidar dos idosos, e assim sendo não o consegue fazer com qualidade. Felizmente algumas iniciativas privadas nesta área vão resolvendo com algumas soluções. Estima-se que em 2050 um terço da população mundial tenha mais de 65 anos, sendo que a esperança média de vida atingirá os 80,5 anos. Esta revolução etária exige novos conceitos e atitudes e felizmente já se começa a falar e a surgirem novas unidades de cuidados paliativos e geriatria. No entanto parece-me que esta lacuna não está só na medicina, mas na sociedade em geral, na forma como se lida com a velhice! Que agora mais do que nunca, desvaloriza muito o idoso, não lhe dando o valor que merece, a experiência e sabedoria que têm não é valorizada e muitas vezes é desrespeitado e inferiorizado. E especialmente por os pais jovens, que por egoísmo e ganância, de sobrepor os seus filhos acima de tudo e todos, desvalorizam e ignoram os bons princípios a educação e a solidariedade. Muitos destes jovens tem desprezo total, por tudo que não seja respeitante se não à juventude e ao presente. O mais incrível é que os próprios pais são vitimas desde logo. E assim temos uma sociedade que em catadupa está a criar os velhos logo na faixa etária dos 40, excluindo-os de certa forma, da vida e sociedade activa. É no entanto um fenómeno contraproducente e antagónico já que com o aumento da esperança média de vida, esta faixa etária deveria ser mais valorizada, por ser ainda bastante capaz e agora mais que nunca. Na realidade quem ainda dirige o mundo para a frente é precisamente este grupo, e os exemplos vão dos homens e mulheres operarios, negócios, cientistas políticos atletas até aos astronautas, alguma coisa deveria ser feita para mudar este paradigma.
A geriatria é um ramo da medicina contemporânea que tem vindo a assumir um papel fulcral na prevenção e tratamento de doenças em idades avançadas. E medidas a fovor deste ramo estão em vigor há mais de uma década na UE, a medicina geriátrica surgiu apenas em 1997. Como irá reagir Portugal a esta nova tendência? O próprio povoamento do país está em risco, neste momento a taxa de nascimentos ainda não é negativa graças às populações estrangeiras a viver em Portugal. O estado tem feito alguns esforços para estimular a natalidade. A tendência será que daqui a uns tempos teremos mais geriatras que pediatras, pelo menos haverão mais necessidade de médicos da dita 3.ª idade. Com Portugal a envelhecer, teremos mais dependência que sustentabilidade, mais reformados que trabalhadores, e muitos dos que trabalharem será para prestar cuidados de geriatria. Não conseguir economicamente suportar a educação de crianças suficientes para rejuvenescer o país, porá em causa a saúde financeira deste. É preciso jovens para com novas ideias positivas relativas a esta tematica e outras tão em carência na nossa sociêdade, para desenvolver projectos, para garantirem o progresso e sustentabilidade de Portugal.
Passarmos muitos anos a estudar e a procurar um emprego estável, em nada abona para a criação de novos laços familiares. Dada a instabilidade profissional e logo económica, há a tendência para se casar cada vez mais tarde, ou nem se casar, e por vezes quando se tem o 1.º filho já se está próximo dos 40. Noutros tempos as pessoas passavam menos anos a estudar, tinham mais garantias de trabalho, as mulheres ficavam a tomar conta dos filhos (poupando dinheiro de infantários) e tinham mais filhos. Pena é que muitos desses filhos fossem somente vistos como mais uma mão-de-obra. Os sociólogos deveriam estudar novos processos que se aproximem em meio-termo entre os tempos idos e os actuais...Obviamente com vantagens para todos.

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