Quanto vale a floresta Portuguesa?
O território de floresta em Portugal é aproximadamente de 3 milhões de hectares, (sendo que 90% são privadas, sendo o restante do estado e resto baldios), o seu valor são de 16 triliões de euros; nos quais se incluem o próprio ecossistema, os serviços,
As industrias a ela directamente afectos. Temos então uma riqueza subaproveitada, que tem sido ignorada pelo poder políticos e as populações cada vez mais de costas para a mesma. Não obstante, apesar de nos últimos anos se ter evoluído algo neste sector, na minha óptica estamos muito longe de aproveitar o potencial das nossas florestas.
Mesma a criação de ZIF- zonas e intervenção florestal, nada tem protegido a floresta, verificando-se nestas curiosamente, serem as zonas onde se verificam mais fogos. A Invasão de espécies exóticas, como eucalipto muito tem destruído as características da floresta portuguesa, bem como desgastando os solos. Os desincentivos do abandono de certas culturas, da oliveira, sobreiro, castanheiro e outros muito têm contribuído para este revés.
A principal desvalorização da floresta Portuguesa é os ciclos de fogos que a assolam, á razão de 1 milhão de hectares perdidos na última década.
Outro factor destrutoramente da floresta Portuguesa no que respeita ás dimensões, ou seja
A cada vez mais subdivisão das parcelas pela sucessão familiar dos terrenos. Este factor, faz com que na sua maioria seja incomportável e não rentável, a gestão de minifúndios de floresta.
O futuro da Floresta portuguesa, passará por aproximar mais as populações da floresta, criando incentivos, à sua rentabilização, com programas concretos a 10 anos. (povoamento do interior, criação de emprego):
Criação do cadastramento de todas as parcelas de floresta (censos da floresta).
Incentivo às cooperativas de florestas para melhor exploração
Melhor aproveitamento da biomassa, material lenhoso
Melhor prevenção aos fogos no período de inverno
Melhor responsabilidade das populações quanto à manutenção das florestas e no combate à propagação de fogos.
Melhores políticas e meios de combate, com envolvência de todos os sectores da sociedade, nos quais se incluem as forças aéreas, incluindo a utilização dos meios, que poderias ser de grande eficácia (como aeronaves de grande porte)
Nosso país continua mal protegido contra grandes calamidades provocadas pelo fogo. Os Corpos de Bombeiros militares, instituições às quais, constitucionalmente, estão atribuídas as tarefas de Defesa Civil, não estão equipados adequadamente, não têm pessoal treinado e nem recursos orçamentários para enfrentar, por exemplo, um grande incêndio florestal. Nas grandes empresas de reflorestamento e de celulose, cuja matéria-prima provém de florestas cultivadas, os investimentos em proteção contra incêndios têm-se limitado à infra-estrutura destinada à detecção dessas ocorrências. Muito pouco, quase nada, tem sido aplicado em equipamentos e treino de pessoal para o combate eficaz aos incêndios florestais.
O melhor combate florestal
A estrutura oficial está no Ministério do Meio Ambiente, mais especificamente no que dispõe de um programa denominado, para cuidar dos incêndios florestais, na minha optica insuficiente, quanto a prevenção conforme mencionei em vários pontos atrás. Ao que sabemos, este programa teve geralmente uma atuação mais burocrática, de supervisão e repressão (aplicando multas) e pouca ação para a contenção e extinção dos incêndios florestais, dai que vemos sucessivamnte muitos crimes desta area prescreverem por falta de actuação.
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Quanto aos grandes incêndios urbanos, o panorama não é melhor. Os equipamentos convencionais em muitos casos apenas debelam o fogo após graves perdas que poderiam ser evitadas ou minimizadas com uso de melhores meios aéreos para o seu combate. Em muitos países, justamente aqueles em que melhores são os resultados na proteção de florestas contra a ação do fogo, a aviação civil e militar, há muito vem sendo utilizada como ferramenta essencial no combate a incêndios.
Alguns países usam suas Forças Armadas ou organizações públicas para operar esse serviço. Em outros, de forma exclusiva ou complementar, atuam empresas aéreas especializadas. Algumas dessas empresas, percorrem o mundo oferecendo os seus serviços nas estações secas, mais favoráveis a incêndios, das diversas regiões. Mobilizam-se helicópteros e aviões especializados de vários tipos em verdadeiras "forças-tarefas" que permanecem de plantão 24 horas por dia atentas aos chamados das entidades de Defesa Civil, bem como aviões de Transporte devidamente adaptados e desactivados.
Várias aeronaves vêm sendo adaptadas para o uso contra-incêndio: desde os velhos Catalinas (anfíbios, muitos ainda em perfeita e confiável operação, sobretudo no Canadá) até os conhecidos C-130 Hércules (que a nossa Força Aérea - FAP - opera). Na Itália, um modelo de fabricação nacional, semelhante ao Búfalo que a FAP ainda opera, também é conversível para a missão contra-incêndio. Como avião especialmente projetado para o combate ao fogo há ainda o CL-415 (equipado com turboélices), fabricado pela Canadair/Bombardier Inc. (infelizmente, hoje, de certa forma persona non grata, dada a complicada disputa comercial que tem mantido com a nossa Embraer). Esse avião é o sucessor de um outro, o CL-215 (motores a pistão) da mesma Bombardier, ainda empregado. São muitos os aviões que podem ser convertidos para o uso contra-incêndio, aliás a tônica internacional é o uso de aeronaves de transporte ou militares adaptadas a esse emprego.
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Por que não temos em nosso país projectos semelhantes de proteção contra incêndios florestais? Na área governamental há o já mencionado impasse constitucional: as Forças Armadas (em especial a FAP) não se motivam para essa missão porque não têm essa atribuição constitucional. Os Corpos de Bombeiros ou Polícias Militares, que a têm, não dispõem de estruturas e recursos que lhes permitam atuar nesses serviços. Na área privada, porque estamos em uma economia de mercado, os empreendimentos somente ocorrem quando o negócio realmente existe, ou seja, quando há retorno previsível aos investimentos, o que seria assegurado, nesse caso, pela criação de demanda regular para os serviços. A falta de ação da área governamental responsável pela proteção ao meio ambiente certamente explica a inexistência de investimentos nesse que pode vir a ser um nicho de mercado para a nossa aviação geral e, em particular, por força de regulamentação, para o seu segmento agrícola.
Na verdade ós dinheiros gastos nos sucessivos anos em plena epoca alta (dos quais nunca vi os valores, devem ser muitos superiores aos que se gastariam com a prevenção adequada, a utilização dos meios ideais e a organização da propria floresta.
Constituir um sistema nacional parece ser a chave do problema: ele poderia ser a “mola propulsora” dos empreendimentos, pois suas dotações orçamentárias – devidamente equacionadas pela legislação que o criasse – permitiriam a licitação de serviços aéreos especializados em combate a incêndios. Esse sistema contaria com aviões especializados, pessoal mais especializado (como os reduzidos corpos de bombeiros sapadores), e o devido esquema logístico (incluindo os insumos químicos que ajudam na contenção e na extinção dos incêndios florestais). Seria apto a intervir em qualquer local do território nacional nas emergências que ocorrem em épocas bem identificadas no calendário.
Devemos criar condições para que helicópteros e aviões especializados em combate a incêndios possam tornar-se disponíveis para emprego em tempo hábil nas grandes calamidades. Seja pela estruturação desses serviços por órgãos públicos, civis ou militares, seja pelo incentivo à iniciativa privada. A devida atenção ao problema, com ações, algumas delas sugeridas neste texto, perfeitamente exeqüíveis em prazos razoavelmente curtos, é questão que deveria ser enfrentada logo. É preciso que o nosso país se equipe devidamente para agir nas ocorrências de incêndios florestais (e também urbanos) de forma adequada e eficiente.
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